São
Paulo – Em 10 minutos, Vitor Ribeiro, coach de preparação para concursos públicos e criador do canal do Youtube Estratégias de Aprovação,
diz conseguir ensinar para seus clientes uma das técnicas de memorização mais eficazes de que se tem notícia. Chamada
de Palácio da Memória – ou também de método de loci – a tática foi criada na
Grécia Antiga e facilita significativamente a habilidade do cérebro de recobrar
informações e conceitos. É uma das preferidas de quem participa de campeonatos
de memória. Saiba mais: 7 técnicas de
estudo para quem não consegue se concentrar “A gente costuma brincar que usar técnica de
memorização é como ter a chance de colar em uma prova, só que a ‘cola’ está na
cabeça”, diz Ribeiro. Pesquisadores da universidade de Radboud, na
Holanda, descobriram que depois de 40 dias de treinamento de 30 minutos usando
o Palácio da Memória, a capacidade de memorização de participantes do estudo
mais que dobrou de tamanho. Tudo isso foi medido e quantificado pelo
estudo. De uma lista de 72 palavras, as pessoas passaram a memorizar, em média,
62. Antes da temporada de treinamento, elas se lembravam de uma média de 26
palavras, segundo a pesquisa. “Essa pesquisa mostra a importância do
treinamento da memória. Qualquer pessoa pode melhorar a sua capacidade”, diz
Ribeiro. Ele explica que são três as chaves que dão acesso à memória:
aprendizado, repetição e técnicas de associação. Para que um estudante se lembre de algum
conceito, é preciso, em primeiro lugar, que ele o entenda. Sem aprendizado não
há memorização. A repetição também é importante. Repetir uma ação ou um trajeto
ou ainda revisar o conteúdo aprendido numa aula (várias vezes) também ajuda a
fixa-lo na memória. Lançar mão de métodos de associação famosos
como o Palácio da Memória é a terceira chave. Confira como essa técnica
funciona: O primeiro passo é decidir qual será o seu
palácio. Qual espaço você vai usar. Você pode escolher um lugar, como a sua
casa por exemplo, ou o escritório em que você trabalha ou ainda um trajeto, que
você faz todos os dias. É mais fácil usar um espaço que você já
conheça bem, mas você também pode imaginar um, se preferir. O que é importante
é que você possa fechar os olhos e conseguir visualizar o ambiente – ou o
trajeto – como todos os seus elementos. “O método usa como apoio a jornada por local
que você já domina e escolha elementos gancho em uma ordem específica”, diz
Ribeiro. Esses elementos podem ser os móveis e objetos
que você encontra caminhando da sala para o quarto, ou as lojas e
estabelecimentos que você encontra no caminho do trabalho para casa. Suponha que você tivesse escolhido cinco elementos-gancho
percorrendo o escritório da sua empresa: 1º uma impressora, 2º um botijão, 3º
uma máquina de café, 4º um bebedouro e um 5º caixa eletrônico. Esses serão os
elementos-gancho e essa é a ordem definida. A partir da associação entre elementos-gancho citados no
tópico anterior, Ribeiro ajudou EXAME.com a memorizar os cinco fundamentos da
República Federativa do Brasil, dispostos no Artigo 1º da Constituição:
soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e
da livre-iniciativa, pluralismo político. A soberania é associada ao primeiro
elemento-gancho que é a impressora: “ imagine que você está andando pelo
escritório e vê a impressora imprimindo fotos de um soberano”, sugeriu o coach. Em seguida, o botijão é associado ao
fundamento da cidadania. “Imagine que você está vendo dois cidadãos brigando
pelo botijão, porque o gás está caro”, diz Ribeiro. O terceiro elemento-gancho é a máquina de
café que deve ser associada à dignidade da pessoa humana. “Pense que ao chegar
à máquina de café você encontre uma pessoa ali dentro servindo um café atrás do
outro sem nunca parar, trabalhando tanto que chega a perder a dignidade”, diz. Para associar o bebedouro ao quarto
fundamento, que são os valores sociais do trabalho, a saída foi imaginar que do
bebedouro saíam notas de vários valores diferentes, em vez de água. Por fim, o caixa eletrônico é ligado
pluralismo político imaginando que no caixa eletrônico, políticos de diferentes
partidos disputavam a tapa o dinheiro que de lá jorrava. É hora de fechar os olhos, andar pelo palácio da memória
e presenciar cada uma das cenas imaginadas.
Segundo Ribeiro, o Palácio da Memória pode
ajudar diferentes perfis de estudantes. Serve, por exemplo, para guardar
conceitos de Direito, fórmulas matemáticas ou regras de biologia. “Também já vi
ser utilizado para memorizar uma apresentação sem usar notas”, conta Ribeiro.1º Decida
qual é o seu palácio
2º Escolha
os elementos-gancho do palácio que você vai utilizar
3º crie associações entre os
elementos e os conceitos de que quer se lembrar
4º Percorra
o palácio e visualize as cenas que criou
Quanto mais estranhas e/ou engraçadas as cenas forem, mais facilmente você se
lembrará delas e consequentemente dos conceitos associados. “Em um minuto e
meio de revisão é possível recordar até 25 itens”, diz o coach.
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