O que diferencia um
profissional com alto nível de inteligência
emocional de outro conhecido
por suas explosões de raiva, ataques de choro e mudanças repentinas de humor? Certamente não é a presença (ou
falta) de um talento inato
para lidar com os sentimentos, garante Rodrigo Fonseca, presidente da Sociedade
Brasileira de Inteligência Emocional (SBie). “A inteligência emocional é
resultado de treino, assim como qualquer outra competência”, diz o
especialista. “Seu desenvolvimento começa já na infância para algumas pessoas,
mas também pode acontecer mais tarde, na vida adulta, a qualquer tempo”. Investir nessa habilidade comportamental é crucial para o sucesso em qualquer
carreira. Mais do que nunca, a gestão dos sentimentos — tanto próprios como
alheios — tem sido definida por especialistas
em recursos humanos como uma habilidade
decisiva para continuar empregado na crise e
eventualmente ser alçado a uma posição de liderança. Saia na frente, RH: A Xerpa apresenta as
7 Tendências de RH para 2017 Patrocinado Incorporar certos hábitos à sua
rotina pode ajudar nesse aprendizado, diz Adriana Gattermayr, coach e
consultora da Gattermayr Consulting. Ela diz que exercícios diários de
capacidades como observação, empatia, resiliência, tolerância e autocontrole
podem gradativamente transformar uma pessoa explosiva em alguém muito mais
apropriado de si mesmo. A seguir, confira 8 atitudes
que você pode cultivar na rotina para se tornar mais inteligente do ponto de
vista emocional, segundo os especialistas ouvidos por EXAME.com: Diante de uma contrariedade, a
reação tipicamente humana é reclamar.
Quem faz isso está aliviando sua irritação, mas de forma pouco produtiva, diz
Gattermayr. Isso porque há grandes chances de o problema continuar presente.
Por isso, quem tem
inteligência emocional substitui a queixa pela ação. Aprenda: Como treinar o seu
cérebro para reclamar menos em 3 semanas A cada vez que você sentir
raiva ou frustração no cotidiano, interrompa rapidamente o ímpeto de reclamar e
tente imaginar uma saída prática para melhorar a situação. Isso não quer dizer
que você deva “desligar” as suas emoções, mas sim empregá-las de forma
estratégica. Um exercício simples para
conhecer melhor as suas emoções é tentar capturá-las pela linguagem.
Pergunte-se a cada vez que estiver diante de um sentimento desconhecido: isto é
ansiedade, remorso, medo, euforia, raiva, inveja, alívio, decepção,
arrependimento? Quanto mais precisa for a palavra, melhor. Identificada a emoção, o
próximo passo é observar qual atitude ela costuma desencadear em você. “Um bom
profissional se pergunta constantemente ‘toda vez que sinto isto, ajo desta
forma?’”, diz Gattermayr. “Ao descobrir os seus padrões de comportamento, você
consegue adequá-los a cada momento da vida, em vez de se tornar escravo deles”. O desenvolvimento da
inteligência emocional não se restringe apenas ao seu mundo interior: ele
também depende da sua conexão com as outras pessoas. A dica de Gattermayr é
exercitar a sua sensibilidade às emoções dos outros, mesmo quando eles tentam
disfarçar. É como um quebra-cabeças:
quanto mais você observa a pessoa, mais peças aparecem e mais elas se encaixam.
“É muito útil para percebermos que nem toda briga é pessoal”, diz a
especialista. “Também é um ótimo exercício ‘anti-mimimi’, até porque muitas
vezes descobrimos que agiríamos da mesma forma se estivéssemos no lugar do
outro”. Segundo Rodrigo Fonseca,
presidente da SBie (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional), estar
sempre disposto a apoiar colegas, chefes e subordinados é uma forma de
fortalecer um dos pilares da inteligência emocional: a empatia. De peito aberto: O poder
transformador da empatia nas relações humanas “Preciso me colocar no lugar do
outro para saber se ele precisa de ajuda, isto é, preciso me sentir como ele se
sente”, explica. Além disso, a disponibilidade e a cooperação criam um
importante vínculo emocional entre você e as outras pessoas do seu ambiente de
trabalho. Um dos grandes mitos em torno
da inteligência emocional é a ideia de que ela corresponde à serenidade
absoluta. Pelo contrário: a competência tem a ver com o bom uso de emoções boas
e ruins, fortes ou fracas, de forma que o indivíduo não fique refém delas. Assim, é importante exercitar a
sua autenticidade no cotidiano e não tentar agradar sempre. “Essa honestidade
tem a ver com o entendimento de que questões difíceis muitas vezes precisam ser
abordadas para o crescimento de todos”, diz Gattermayr. Se você evita conflitos
o tempo todo, nunca vai desenvolver musculatura para superar os problemas. Alguém fez algo no trabalho que
você achou estranho ou ridículo? Antes de julgar essa pessoa, procure entender
suas motivações e reconhecer que nem todo mundo pensa como você, aconselha
Fonseca. “Quem tem inteligência emocional sabe apreciar as diferenças entre as
pessoas”, diz ele. Isso também significa cortar
radicalmente o hábito da fofoca e da maledicência, que vão na contramão da
empatia. No lugar dessas práticas, é mais produtivo observar o outro de forma
paciente e buscar aprender algo com ele. Antes de falar com uma pessoa
no trabalho, acostume-se a fazer uma série de perguntas prévias. Este é o
melhor momento para abordá-la? Como ela está se sentindo hoje? O assunto pede
delicadeza ou firmeza, gravidade ou leveza? O local é adequado para a conversa? Segundo Gattermayr, esse é um
exercício de autorregulação, feito a partir da observação das emoções alheias e
do aprendizado sobre os seus próprios padrões de comportamento. A hora e o
lugar são corretos, você calibrou seu discurso, mas a pessoa acabou se
irritando e gritou com você? A dica é respirar fundo, não revidar e pedir
gentilmente que a conversa continue mais tarde. Pessoas com baixa inteligência
emocional cedem facilmente aos seus próprios impulsos. Ocorre que pequenos
prazeres não trazem felicidade. “Um estudo clássico mostra que crianças que
conseguem sacrificar uma bala agora para comer duas balas daqui a uma hora se
tornam adultos mais bem-sucedidos”, diz Gattermayr. Daí a importância de não
sucumbir a sentimentos momentâneos e sempre pensar nos efeitos de cada ação a
longo prazo. Controlar os seus próprios
impulsos também ajudará o indivíduo a ser mais altruísta — o que também traz
mais felicidade. Ao pensar nos
outros, você é obrigado a regular as suas próprias emoções e a sacrificar o
próprio conforto de vez em quando. Não existe hábito mais propício para
desenvolver sua inteligência emocional e construir uma vida social harmônica
dentro e fora do trabalho.
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